terça-feira, 19 de abril de 2011

dos convites


“(…)O modo dominante de escutar (em ressonância com o da produção de som industrial para o mercado) é o da repetição (ouve-se música repetitivamente em qualquer lugar e a qualquer momento). Um modo recessivo é o da contemplação(tonal): escutar música sob uma reserva de atenção, em condições especiais de silêncio (é uma escuta diferenciada, que aparece em situação mais rara, inacessível ou impensável para muitos). Outro modo recessivo é o da participação sacrificial (modal), o envolvimento do ouvinte num ato ritual. Para muitos ouvintes esses modos estão misturados numa indistinção confusa. A capacidade de combiná-los e fazer deles uma composição é uma alternativa para viabilizar a escuta: saber ter uma relação polimodal com a música (é essa escuta que a música que começa a existir pede). A escuta está polarizada pela repetição do mercado, mas outros modos de escuta estão latentes nela como ressonância harmônica. À medida que nos aprofundamos no tempo da dessacralização, toda a história dos símbolos, que vibra num acorde oculto (modal, tonal, serial), fica paradoxalmente mais exposta na sua simultânea contemporaneidade” – José Miguel Wisnik em O Som e o Sentido


http://youtu.be/OTIrnfYijVQ

ps: o que fazer se um detrator do panda bear disse que isso é não muito mais que chitãozinho e xororó?

Nenhum comentário:

Postar um comentário