sexta-feira, 29 de abril de 2011

E a cidade maravilhosa?

Mais uma vez breve, jogo o papo para vocês, pessoas informadas e que sabem o que há de bom no mundo.

Estou pensando nesse momento, há meia hora para ser mais exato, o que há de bom no Rio de Janeiro atualmente. E aí???

Agora pouco ouvi uma das tal de Mohandas. Ensaiam no final do Leme, ao estilo mais despojado e tranquilão possível. Tem um pouco de coisas moderninhas tipo Beirut e Dirty Projectors, uns suspiros de Chico Science e as mulheres da banda(aparentemente todas) são lindas!




Aí tem Dorgas, a banda que o mario maria (outro a se comentar por aqui) é fã!

Letuce, aquele duo indicado pelo Diogo, que aparentemente todos vocês gostam.

Abayomy Afrobeat Orquestra, grupão que deu origem ou entrou na onda do afrobeat, que tem consumido e movido boa parte das festas cariocas, e na boa, o show deles é feito para não parar de dançar!

continuem.......

segunda-feira, 25 de abril de 2011

The Budos Band

Meu primeiro post será do EP de uma banda que conheci no início desse ano. Pra quem quiser agitar uma pista esse é o som certo. Segue abaixo um pequeno release da banda retirado do site rraul.com. Se gostarem do som avisem aí no blog que eu posto os outros dois cd's que também são pedradas.

A talentosa The Budos Band torna o velho, novo. Se você é familiarizado com o apoteótico funk dos anos 70, com o afrobeatou com o ardente órgão do Medeski, Martin & Wood, você pode "reconhecer" esses nova-iorquinos. O grupo instrumental dá continuidade a essa linhagem forte e majestosa. Essencialmente, temos aqui um dos expoentes mais ferozes da retomada do funk old school.

Consciente de que não é fácil administrar doze integrantes, a banda utiliza uma abordagem disciplinada e inteligente. Ao invés de canções longas e pesadas, a Budos Band cria êxtase mantendo arranjos coesos e solos limpos, afiados e breves. Todos os instrumentos têm sua chance de brilhar, resultando, assim, em uma atmosfera imponente.

Os discos do grupo refletem uma postura franca ao assumir suas influências. Na verdade, existe tanta uniformidade entre as canções dos três álbuns, que parecem concebidos na mesma sessão. The Budos Band III, porém, é mais amplo, reunindo psicodelia, um toque de Oriente Médio e sonoridades latinas. Além disso, tudo parece mais escuro, embora quente e enérgico.

The Budos Band Ep (2009)


terça-feira, 19 de abril de 2011

dos convites


“(…)O modo dominante de escutar (em ressonância com o da produção de som industrial para o mercado) é o da repetição (ouve-se música repetitivamente em qualquer lugar e a qualquer momento). Um modo recessivo é o da contemplação(tonal): escutar música sob uma reserva de atenção, em condições especiais de silêncio (é uma escuta diferenciada, que aparece em situação mais rara, inacessível ou impensável para muitos). Outro modo recessivo é o da participação sacrificial (modal), o envolvimento do ouvinte num ato ritual. Para muitos ouvintes esses modos estão misturados numa indistinção confusa. A capacidade de combiná-los e fazer deles uma composição é uma alternativa para viabilizar a escuta: saber ter uma relação polimodal com a música (é essa escuta que a música que começa a existir pede). A escuta está polarizada pela repetição do mercado, mas outros modos de escuta estão latentes nela como ressonância harmônica. À medida que nos aprofundamos no tempo da dessacralização, toda a história dos símbolos, que vibra num acorde oculto (modal, tonal, serial), fica paradoxalmente mais exposta na sua simultânea contemporaneidade” – José Miguel Wisnik em O Som e o Sentido


http://youtu.be/OTIrnfYijVQ

ps: o que fazer se um detrator do panda bear disse que isso é não muito mais que chitãozinho e xororó?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

André Abujamra - Mafaro



O nome do cara é conhecido pacas. Mas é a primeira vez, de fato, que escuto o trabalho dele. Atentamente, eu quero dizer. E fiquei enlouquecido. O álbum é uma pérola: musicalmente sofisticado, tematicamente coerente e "hiper" dançante. As primeiras músicas me lembram muito uma musicalidade leste-européia, mas o que se imprime ao longo de todo o álbum são os tambores afros. Além do excelente trabalho nas composições, Abujamra ainda resolveu criar um Show-Filme de Mafaro. Acho que o show já esteve aqui no Rio. Uma pena, mas agora vou ficar atento para o caso dele voltar.

Mais informações no site oficial ou aí pela net.

domingo, 10 de abril de 2011

Pedro Santos da Lua Sorongo dos Santos



Pedro Santos (Pedro Sorongo) - 1968 - Krishnanda
http://www.mediafire.com/?ez4ywqoz2n0


Faixas:
01. Ritual Negro
02. Água Viva
03. Um Só
04. Sem Sombra
05. Savana
06. Advertência
07. Quem Sou Eu?
08. Flor de Lótus
09. Dentro da Selva
10. Desengano da Visita
11. Dual
12. Aranbindu

"...Aquele que na palavra entender, no nome não se prender, pode ver bem quem eu sou. Mas quem no pé da letra cair, do nome não vai sair, porque no nome não estou.."

Outros discos:

Sebastião Tapajós e Pedro dos Santos
http://umquetenha.org/uqt/?cat=2250

Acompanhando Zé Bodega - Um Sax no Samba (1961)
http://rapidshare.com/#!download|778dt|271497688|ze_bodega.zip|47579

Tião Motorista - Meu Interior (1977)
http://www.mediafire.com/?3gg7aub37tb9mlr

Dom Salvador e Abolição - Som, Sangue e Raça
http://www.4shared.com/file/30212683/508962a6/Dom_Salvador_e_Abolio_-_Som_sangue_e_raa_-_71.html

Composições Editadas e Gravadas
http://pedrosorongo.blogspot.com/p/composicoes.html

Discografia
http://pedrosorongo.blogspot.com/p/discografia.html


Apesar das evidentes qualidades de Krishnanda, a sensação que surge inicialmente é o espanto em saber que um disco como esses existe na história da música popular brasileira. É curioso que o disco não tenha nem mesmo menção na história dos discos malditos obscuros, como o disco tropicalista de Rogério Duprat ou o Paêbirú de Zé Ramalho e Lula Côrtes. Maior surpresa ainda: trata-se de um disco de 1968, incorporando samba, arranjos indianos carregados no expressionismo e África, além de contar com sons vindos de novos instrumentos e barulhos de natureza, como água e cantos de animais silvestres. Fosse um disco de meados dos anos 70, poderíamos traçar as influências: as misturas vêm da tropicália, os “sons de natureza” são inspirados em O Milagre dos Peixes de Milton Nascimento, o experimentalismo fragmentário vem do Caetano de Araçá Azul e dos discos de Walter Franco. Mas 1968 coloca Krishnanda como simultâneo dos primeiros e precursor dos outros: trata-se não somente de um OVNI enterrado nas camadas subterrâneas de nossa história, mas também de um trabalho que aponta para problemáticas musicais que viriam a aflorar nos anos seguintes.

Mas que fique claro que não é apenas um jogo de descoberta e fetiche pelo obscuro. O principal é o imprevisível, sim, mas também enorme talento em criar melodias, em criar bases percussivas e em especial em criar uma espécie de conjunto místico/religioso que encompassa organicamente geografias (Ásia, África e América) e culturas (religião hindu, panafricanismo) totalmente distintas. O que convence, em todo caso, é menos o conjunto – não é um disco que prima pela coesão – do que os lampejos brutos de inspiração: a melodia instrumental de “Ritual Negro” que abre o disco, a esquisitice proto-Tom Zé do riff de teclado (?) de “Quem Sou Eu?”, os agudos evocativos de “Flor de Lótus” e “Sem Sombra”, os trunfos de composição de canção que são “Água Viva” e “Desengano da Vista”. Por momentos, no entanto, o disco se instala num limiar meio perigoso entre pesquisa de timbres e easy listening, como testemunham as duas últimas faixas, “Dual” e “Aranbindu”, que são longe de essenciais. “Savana” e “Advertência” são peças climáticas e interessantes, mas a proximidade uma da outra acaba atrapalhando um pouco a fluência do disco, que não se comportará tão solenemente assim até o fim. Mas esses são apenas pecadilhos diante de um trabalho tão vigoroso e singular na música brasileira como é esse Krishnanda, que merece o quanto antes ganhar o reconhecimento devido.

Texto de Ruy Gardnier



Patti/Nico



No meu Itunes, depois de Panda Bear segue-se a dita poetisa punk Patti Smith (quem nunca ouviu nada dela, vale começar pelo clássico Horses).

Ouvindo, lembrei que ainda não encontrei o disco que certamente foi o que mais procurei de todos os discos punks que pudessem me interessar - o primeiro da Nico, "The End". Não só pelo duo com o Jim "namoradinho" Morrison, como pela versão do hino alemão, à la Star Spangled Banner de Hendrix.

Quem tiver ou achar esse disco se torna meu ídolo eterno!

Anos 2000 - Panda Bear e Strokes



Começo sem delongas e apresentações - em tempos de lançamento "oficial" do novo álbum do Panda Bear, fiquei tentando me lembrar das minhas primeiras impressões do outro - Person Pitch - um tanto quanto estranho, nada que surpreendesse vindo do coletivo animal, mas realmente o cliché das harmonias à la Brian Wilson estão lá bem nas primeiras faixas...
Ouso (ou polemizo) dizer que o Animal Collective é uma das sínteses comprobatórias (totalmente pessoais e ninguém me tira) de uma guinada bem interessante que os anos 2000 tomaram - nada de "sonoridade típica anos 80" (alguma vez aquela batera sintética da década não vem a mente? Aliás, os Strokes conseguem achar uma nostalgia interessante [de videogame] desses anos com o divertidíssimo Angles) ou movimentos neo-tropicalistas que revolvem para si mesmos com pretensas antropofagias. Mistura é inerente a música. Sem purezas. Samba não despontou assim, rock não nasceu de elvis sem blues e o Animal Collective finalmente não se configura mais (daí a beleza anos 2000) como um bandinha experimental ousada que ocasionalmente flerta com o pop (nada mais deflagrador, nesse sentido, que harmonizarem com os Beach Boys).

Enfim, deu na telha de jogar coisas aí... confusões que se esclarecem na resposta e na escuta.




Edu Lobo - Edu Lôbo [Missa Breve] (1973)




Download 192kbps


O povo não está dando o menor valor ao blog. É uma pena. Mas eu continuarei na minha caminhada solitária. Acordei hoje com vontade de ouvir esse álbum; consequentemente decidi hospedar para todos vocês. Aproveitem, é uma obra-prima da música nacional!